quarta-feira, 18 de agosto de 2010

meu telhado é de açucar meus amores réstias de sabão.

A gente sempre sabe.Se recusa a escutar aquela voz que teima em anunciar sombras próximas mas no fundo,sabe bem que a pedra do sapato não vai se desintegrar porque o sorriso é largo e o coração está aquecido.
Teima por dentro uma esperança mansa... daquelas bonitas que temos medo de mandar embora porque enobrece, porque conforta.
Me telhado é de açucar... não o cristal, mas o refinado que se desfaz a qualquer vento ou gota fria de chuva.
Tentei manter meu telhado de pé, mas as ilusões varreram minah proteção e as lágrimas derreteram meu abrigo.
E eu sempre fico lá, sempre em reforma, mas do que adianta?
Meus amores são bolhas de sabão que assopro ao vento e vou vendo desmanchar no azul.
São leves,são belos, são cheio de cores e esperanças e cada vez faço bolas menores, com menos expectativas... pra quem sabe dar mais chance de não morrrem na próxima flor...mas eles se desfazem... sempre se desfazem.
Não sei se vai chegar o dia em que vou desistir de criar novas formas multicoloridas ou se vão inventar um novo jeito de fazer os olhos brilharem... mas to cansada de ver minah casa em ruinas e meu folego fugir...

domingo, 1 de agosto de 2010

devaneios meus.

Eu desliguei minhas torneiras internas... muitos vazamentos,gotas pingando na boca com frequencia desnecessária.
Cheguei em um tempo de seca.De estar resignada e entregue às situações.

Hoje,recebo as dores que vem sem aviso e suporto.Não tem como reclamar,se ofender.Tudo que vem... vai.Verdade inescapável.
Com a pressa de não se ferir, a gente sempre deixa fios soltos da própria trama, achando que o bordado estando bonito na frente, estará a salvo.
Pena que é o avesso que revela a qualidade do trabalho e sinceramente,tenho evitado olhar pra ele e para os nozinhos que eu fiz na pressa de deixar tudo agradável na frente,para que todo mundo olhe e admire.
Mas nesses dias, quando a linha solta eu lembro das bagunças que fiz e lá vem minhas lágrimas molharem os pontos em desacerto.
Ainda tenho medo de choras minhas águas mornas.
Chorar, ensinaram pra gente, é sinal de fraqueza... mas aprendi que lágrimas purificam a sujeira de dentro e nos ajudam a arrematar novos pontos e enxergar os nozinhos.

Eu tirei o dia pra chorar... pra faxinar todos os recantos encardidos.Talvez precise de mais tempo,talvez demore pra deixar tudo claro como deve ser.
Mas vou me esforçar... e fazer valer o meu bordado... com ou sem nozinhos.