terça-feira, 21 de setembro de 2010

tempo.

Mais uma vez o tempo me assusta.
Passa afobado pelo meu dia, atropela minha hora, despreza minha agenda.
Corre prepotente, para disputar lugar com o vento.
O tempo envelhece, não se emenda.
Deveria haver algum decreto que obrigasse o tempo a desacelerar e a respeitar meu projeto.
Só assim, eu daria conta dos livros que vão se empilhando,das melodias que estão me aguardando;
Das saudades que venho sentindo,
Das verdades que ando mentindo,
Das promessas que venho esquecendo,
Dos impulsos que sigo contendo,
Dos prazeres que chegam partindo,
Dos receios que partem voltando.
Agora, que redijo a página final,
Percebo o tanto de caminho percorrido
Ao impulso da hora que vai me acelerando.
Apesar do tempo, e sua pressa desleal,
Agradeço a Deus por ter vivido, amanhecer e continuar teimando ...

Flora Figueiredo

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

o medo do medo que dá.

Eu sei que amar pode ser uma coisa boa... mas não faço parte do grupo da "excelência" no quesito cicatrização.
Minhas últimas feridas na militancia desse sentimento tão bom quando utópico(por muitas das vezes)estão em processo de cura,ainda.
O pior em perder um amor ou uma bela paixão é saber que a esperança fica comprometida.
Não sei mais acreditar em algumas coisas... e nem usar meus dons malabaristas.Preciso estar com os pés no chão... realidade.Menos chance de esborrachamento suicida.
Parece quase uma insanidade essa necessidade meio mórbida que adquiri de sentir a areia entre os dedos, de cheirar a terra e não me perder em névoas promissoras, tampouco me aquecer em raios dourados.
Não consigo me apropriar de palavras bonitas,de beijos marcantes, de abraços apertados e mãos entrelaçadas... porque tudo isso gera no meu inconsciente uma promessa de felicidade que volta e meia escorre pelo ralo e pelo meu rosto.

Meu príncipe não vem a cavalo...(senão a essa altura do campeonato já estaria por aqui), não acredito em milagres, em pessoas imaculadas, perfeitas, vindas de um mundo fictício onde não há falhas nem tropeções.Quero uma pessoa real, mas disposta.
Me parece que as pessoas desistiram de tentar,de se doar de investir e apostar que vai dar certo, apesar dos pesares.
Quando paro pra pensar no que eu espero de um relacionamento(e que penso que muita gente deve concordar comigo)eu chego a conclusão que não sou exigente.
Ai chego nos meus quesitos de CV pra homem ideal... são poucos tópicos, mas deve ser mais difícil que os 12 trabalhos do Hércules alcançar minhas exigencias(será?|)
Não sou a pessoa mais simples do planeta, mas tenha a certeza que se você faz parte da minha vida e tem um cantinho no meu coração, vai receber o meu melhor.

Por hora, tenho medos incontáveis e vivo como Tomé, "ver para crer".

Me ganha quem age... e diz em silêncio tudo o que eu preciso ouvir...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O velho e o moço- Los Hermanos

Deixo tudo assim
não me importo em ver
a idade em mim
ouço o que convém
eu gosto é do gasto

sei do incômodo
e ela tem razão
quando vem dizer
que eu preciso sim
de todo o cuidado

e se eu fosse o primeiro
a voltar pra mudar
o que eu fiz
quem então agora eu seria

ahh tanto faz
e o que não foi não é
eu sei que ainda vou voltar
mas eu quem será?

deixo tudo assim
nao me acanho em ver
vaidade em mim
eu digo o que condiz
eu gosto é do estrago

sei do escândalo
e eles tem razão
quando vem dizer
que eu não sei medir
nem tempo e nem medo

e se eu for o primeiro
a prever e poder
desistir do que for dar errado

ahhh ora se não sou eu
quem mais vai decidir
o que é bom pra mim
dispenso a previsão

ahhh se o que eu sou
é tambem o que eu escolhi ser
aceito a condição

vou levando assim
que o acaso é amigo
do meu coração
quando fala comigo
quando eu sei ouvir



o